ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Volume 16 - Número 3

Mensagem do Editor
Mensagem do Editor

Anna Tereza Miranda Soares de Moura

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):3-3
Palavras-chave:
Carta do Leitor
Como está nossa Pediatria hoje?

Cláudio Moreira Barbosa

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):4-4
Palavras-chave:
Editoriais
É preciso estar atento aos temas em nutrologia pediátrica

Hélio Fernandes da Rocha

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):5-5
Palavras-chave:
Febre reumática: uma doença negligenciada

Márcia Fernanda da Costa Carvalho

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):7-7
Palavras-chave:
ARTIGOS ORIGINAIS
Associação de síndrome metabólica com acantose nigricans em crianças pré-púberes

Alícia Sales Carneiro1; Ana Paula Neves Bordallo2; Cecília Noronha Miranda Carvalho4; Clarice Borschiver Medeiros2; Cláudia Braga Monteiro3; Daniel Luis Schueftan Gilban2; Fernanda Mussi Gazolla2; Isabel Rey Madeira5; Marcos Antônio Borges6; Maria Alice Neves Bordallo7; Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues8; Paulo Ferrez Collett-Solberg9

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):8-14
TEXTO COMPLETO

OBJETIVO: Acantose nigricans é condição associada à hiperinsulinemia, tendo esta papel fisiopatológico na síndrome metabólica. No contexto prevalente de obesidade infantil, acantose nigricans seria bom indicativo da síndrome, devido a sua praticidade. Este trabalho teve como objetivos comparar crianças pré-púberes com e sem acantose nigricans em relação aos componentes da síndrome metabólica, resistência insulínica e leptina, bem como avaliar a associação desses com acantose nigricans.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal comparando grupos com e sem acantose nigricans quanto a: frequência de hipertrigliceridemia, HDL baixo, hiperinsulinemia, síndrome metabólica; médias de idade, escore Z de IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, HOMA-IR, leptina, e medianas de pressão arterial sistólica e diastólica, HDL, insulina. Avaliou-se associação de idade, sexo, circunferência da cintura, HDL, triglicerídeos, HOMA-IR, e leptina com acantose nigricans, por regressão logística multivariada.
RESULTADOS: De 272 crianças (65 eutróficas, 43 sobrepeso, 164 obesas), idade 93±17 meses, 69 (25,4%) tinham acantose nigricans. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados quanto a frequência de hipertrigliceridemia, HDL baixo, hiperinsulinemia, e síndrome metabólica. Os grupos se diferenciaram quanto às médias de idade, escore Z de IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, HOMA-IR, e leptina, e quanto às medianas de pressão arterial sistólica e diastólica, HDL, e insulina. Apenas circunferência da cintura e HOMA-IR associaram-se com acantose nigricans de forma independente das outras variáveis.
CONCLUSÕES: Os grupos com e sem acantose nigricans diferiram quanto a vários componentes da síndrome metabólica, e houve associação de circunferência da cintura e de HOMA-IR com acantose, demonstrando que esta é marcador, tanto da síndrome, quanto de resistência insulínica.

Palavras-chave: Acantose nigricans, criança, doenças cardiovasculares, insulina, obesidade.
Pé plano na infância: limites temporais entre o fisiológico e as disfunções locais e ascendentes

Evelin Vicente1; Willians Cassiano Longen1; Amanda de Mattos Machado2; Aires Mondardo Junior2

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):15-20
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OBJETIVO: Este trabalho teve por objetivo analisar as características estruturais do arco plantar de crianças através do índice plantar em um comparativo com faixas etárias.
MÉTODOS: Foram avaliadas 97 crianças de 1 a 9 anos de idade, dividindo-as em 3 grupos. Grupo 1 (G1): de 1 a 3 anos; Grupo 2 (G2): 4 a 6 anos; Grupo 3 (G3): 7 a 9 anos, sendo avaliados um total de 194 pés, 50 do sexo feminino e 47 do sexo masculino. Utilizaram-se uma ficha avaliativa e um plantígrafo para firmar o índice plantar de cada voluntário.
RESULTADOS: O G1 teve uma média do índice plantar de 1,15±0,22; o G2 teve como média 0,91± 0,27; o G3 apresentou média de 0,71±0,24. As faixas etárias, quando comparadas entre si, apresentaram diferença estatística significativa (p<0,001).
CONCLUSÕES: Os resultados encontrados em relação à morfotipologia desses 194 pés avaliados mostram que, com o avanço progressivo da idade, ocorre uma redução do pé plano, ou seja, um aumento do arco plantar. A faixa etária que apresentou média compatível com pé plano foi dos anos iniciais de idade, entre 1 e 3 anos, G1. O arco longitudinal apresentou uma progressão de sua formação com o passar dos anos das fases de desenvolvimento.

Palavras-chave: Pé chato, deformidades do pé, desenvolvimento musculoesquelético.
Artigos de Revisao
Atendimento pré-hospitalar ao recém-nascido: abordagem diagnóstica

Israel Figueiredo Junior

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):21-29
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OBJETIVO: O atendimento pré-hospitalar é uma modalidade de socorro de urgência em cenários diferentes do hospitalar. Requer por parte do profissional conhecimento padronizado e atitudes corretas para alcançar a excelência no atendimento, ou seja, o atendimento por todos os componentes das equipes deve ser sistematizado e de acordo com protocolos. Procurou-se estabelecer a melhor forma de abordagem das possíveis situações de socorro ao recém-nascido, incluindo os nascimentos não programados em ambiente extra-hospitalar.
MÉTODOS: Buscas no Pubmed e reunião de documentos nacionais, usando palavras-chave recém-nascido, emergência.
RESULTADOS: Apesar da pequena frequência de atendimento a recém-nascidos em ambiente extra-hospitalar, as equipes devem estar atentas aos principais problemas que podem atingir esse frágil ser. Trata-se, portanto de uma revisão que apresenta uma abordagem a partir dos principais problemas para o atendimento pré-hospitalar a um recém-nascido.
CONCLUSÃO: Causas prevalentes e/ou possíveis síndromes orgânicas devem ser identificadas e um rápido tratamento instituído.

Palavras-chave: unidades móveis de urgência, recém-nascido, gestaçao, atendimento de emergência.
Febre reumática: revisão e discussão dos novos critérios diagnósticos

Andrea Valentim Goldenzon1; Marta Cristine Felix Rodrigues2; Christianne Costa Diniz3

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):30-35
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OBJETIVO: A febre reumática é uma doença que ainda contempla grandes dificuldades em seu diagnóstico. Provoca graves sequelas que perduram por toda a vida do indivíduo com alto custo pessoal e para a saúde pública. Nosso objetivo é discutir os novos critérios diagnósticos publicados pela American Heart Association em 2015, revisando a literatura sobre a doença.
FONTE DE DADOS: Revisão com base em busca de artigos com a palavra-chave "febre reumática" em português, inglês ou espanhol, em plataformas de artigos Medline, PubMed e Scielo sem limitação de data.
SÍNTESE DOS DADOS: Os novos critérios diagnósticos publicados pela American Heart Association em 2015 propõem categorizar a apresentação da doença conforme a identificação das populações em alto, moderado e baixo risco e estipula a conduta perante a esses diversos tipos de pacientes.
CONCLUSÃO: Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde a desigualdade socioeconômica entre populações é um problema reconhecido, essa nova categorização pode auxiliar na melhor condução diagnóstica e terapêutica da doença.

Palavras-chave: Febre reumática, critérios, artrite, cardite, coreia, <i>Streptococcus</i>.
RELATOS DE CASO
Doença de Gaucher como diagnóstico diferencial de esplenomegalia

Tânia de Cássia Moreira Soares1; Jamille Fernandes Lula2; Leandro de Freitas Teles3; Daniele Mesquita de Brito4; Silvio Fernando Guimaraes de Carvalho5

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):36-39
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OBJETIVO: Apresentar a doença de Gaucher como diagnóstico diferencial das esplenomegalias na infância.
DESCRIÇÃO DO CASO: Este artigo relata um caso de criança do sexo feminino, seis anos, com anemia e esplenomegalia, equimoses esporádicas, episódios de dores ósseas e abdominais de repetição. Realizou-se o diagnóstico por meio da atividade diminuída da Beta-glicosidase. Após nove meses de tratamento com imiglucerase, a criança apresentou desenvolvimento pôndero-estatural satisfatório, e os exames hematológicos e as vísceras estavam dentro dos limites da normalidade.
DISCUSSÃO: A doença de Gaucher é uma doença multissistêmica e faz parte do diagnóstico diferencial das esplenomegalias na infância, sendo considerada a mais prevalente entre mais de 50 tipos de doenças de estoque lisossômico até então descritas. Ocorre o acúmulo de glicocerebrosídeos nos macrófagos teciduais, alterando o funcionamento normal desses órgãos e tecidos, o que pode causar danos irreversíveis. Os pacientes com a doença de Gaucher têm apresentações clínicas variáveis, o que nem sempre se correlaciona com genótipos específicos. Considerando o fato de a esplenomegalia ser comum a várias patologias, faz-se necessária a inclusão da doença de Gaucher em seu vasto diagnóstico diferencial. Apesar de a doença de Gaucher ser uma condição infrequente, apresenta um quadro clínico muito semelhante ao de doenças de elevada prevalência, necessitando de um diagnóstico precoce e específico, com acompanhamento multidisciplinar, para obter o controle clínico adequado e consequente menor morbidade.

Palavras-chave: esfingolipidoses, doença de Gaucher, esplenomegalia.
Citomegalovirose perinatal: aspectos clínico-patológicos

Paula Figueiredo Simoes1; Glaucia Macedo de Lima2; Israel Figueiredo Junior3; Vânia Silami Lopes4

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):40-44
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OBJETIVO: Descrever um caso de infecção viral por citomegalovírus em lactente com possível contaminação durante o parto ou aleitamento materno.
DESCRIÇÃO DO CASO: Após o nascimento sem intercorrências e com bom desenvolvimento, o lactente necessitou vários atendimentos emergenciais e internações, até uma evolução para sepse decorrente de episódio de enterocolite refratária que resultou em óbito. Os exames macroscópicos e histopatológicos demonstraram uma agressão sistêmica pelo vírus de inclusão citomegálica.
DISCUSSÃO: Diante de um pré-natal de baixa qualidade associado a um quadro infeccioso progressivo no concepto, a doença de inclusão citomegálica deve ser considerada, mesmo na ausência de exames laboratoriais comprobatórios.

Palavras-chave: citomegalovírus, sepse, leite humano, cuidado do lactente.
Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica na infância

Ayla Cristina Bernardes da Silva1; Lívia Batista Corrêa1; Douglas Covre Stocco Renato Abreu Ribeiro1; Isabela Felício2; Marcio Moacyr Vasconcelos3

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):45-48
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OBJETIVO: Relatar um caso de polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica na infância (PDIC).
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 5 anos, internada com quadro progressivo de dor e paresia em membros inferiores, com evolução dos primeiros sintomas há 3 meses, com perda de deambulação e de se manter em posição ortostática, apresentando diversas recidivas em meses, após tratada.
DISCUSSÃO: A PDIC é uma doença que envolve os membros proximal e distal, com achados eletroneuromiográficos de desmielinização multifocal de nervos somáticos. Os sintomas iniciais são fraqueza muscular simétrica e progressiva, em episódios, com tato comprometido e reflexos osteotendinosos comprometidos. É uma doença recidivante, crônica e progressiva, com quadro similar à Síndrome de GuillainBarré (SGB). O presente relato permite a discussão da avaliação, manifestações clínicas, diagnóstico, seguimento e estratégia terapêutica para a Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica.

Palavras-chave: GuillainBarré, polineuropatias, criança, relatos de caso.
Resumo de Tese
Programa Nacional de Suplementação de Ferro na Estratégia Saúde da Família: um estudo a partir do relato dos profissionais

Maria do Céo Filgueiras de Menezes1; Anna Tereza Miranda Soares de Moura2

Rev Ped SOPERJ. 2016;16(3):49-50
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INTRODUÇÃO: A anemia por carência de ferro possui elevada prevalência no mundo e permanece como um dos principais problemas nutricionais na atualidade. No Brasil, acomete, especialmente, alguns grupos de maior vulnerabilidade: crianças até dois anos e gestantes. O Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) estabelece diretrizes para o controle dessa deficiência, e a adesão a ele tem se apresentado baixa em todo o Brasil.
OBJETIVO: Avaliar os fatores que podem influenciar na adesão ao PNSF, na perspectiva dos profissionais das ESF de Juazeiro do Norte, Ceará.
METODOLOGIA: Foram realizados quatro grupos focais em unidades da ESF sorteadas. Os encontros foram gravados e transcritos na íntegra, cuja análise se baseou no conteúdo das discussões.
RESULTADOS: Os resultados revelam a existência de conceitos parcialmente adequados em relação ao uso do sulfato ferroso na prevenção da anemia, mesclados a aspectos da orientação da dieta. A maioria dos profissionais confunde ações relacionadas ao tratamento e à prevenção de anemia, com ênfase maior em práticas de assistência. O desconhecimento da equipe sobre o PNSF revela falhas em sua divulgação no âmbito da ESF, e a escassez de capacitação e de informação especialmente no que se refere ao Agente Comunitário de Saúde. A anemia ferropriva permanece como agravo negligenciado, e a literatura aponta para a valorização do tratamento em contraposição às atividades de prevenção e de promoção, mesmo no âmbito da ESF.
CONCLUSÃO: Como principais recomendações, destacam-se a necessidade de atualização continuada por meio da educação permanente, maior aprofundamento sobre a importância da prevenção com o uso do sulfato ferroso e estratégias de captação dos grupos vulneráveis.

Palavras-chave: anemia ferropriva, estratégia de saúde da família, suplementaçao alimentar, conhecimentos, atitudes e práticas em saúde.