ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Volume 17 - Número 2

Editoriais
O que a psicanálise tem a dizer ao pediatra?

Paulo Dickstein

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):4-5
Palavras-chave:
Síndrome alcoólica fetal: uma questão que deve ser discutida

Conceiçao Aparecida Segre1; José Dias Rego2; Fabio Chaves Cardoso3

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):6-7
Palavras-chave:
Palavras-chave:
ARTIGOS ORIGINAIS
Violência psicológica no contexto familiar e saúde mental de adolescentes

Cecy Dunshee de Abranches1; Simone Gonçalves de Assis2

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):10-17
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OBJETIVO: neste artigo procurou-se estimar a associação e a razão de chance de sofrer violência psicológica (VP) no contexto familiar e a saúde mental juvenil.
MÉTODOS: estudo transversal, de janeiro de 2011 a setembro de 2011, com uma amostra de 231 adolescentes usuários de ambulatórios de um hospital pediátrico público terciário, no município do Rio de Janeiro.
RESULTADOS: encontrou-se que 26,4% enquadram-se na categorização de ter sofrido VP severa. Aferindo-se os problemas de saúde mental por meio da escala Youth Self-Report (YSR), resultou que 20,4% apresentaram pelo menos um problema de comportamento em nível clínico, destacando-se na associação com VP severa que ansiedade/depressão apresenta OR = 20,57, problemas sociais OR = 10,89, problemas de pensamento OR = 10,16, comportamentos agressivos OR = 8,14 e os demais problemas de comportamento oscilaram com OR entre 4,07 e 7,59. Encontrou-se baixo potencial de resiliência em 30,7% dos entrevistados, que, associado à VP severa na família, apresentou que a chance de se ter baixa resiliência é de quase quatro vezes, demonstrando a gravidade da ocorrência na saúde mental entre as vítimas de VP severa.
CONCLUSÕES: os resultados indicam a importância da identificação da VP no contexto familiar como fator de prevenção de problemas de saúde mental, bem como apontam para a relevância em se investir na promoção de resiliência como forma de proteção contra a VP sofrida no contexto familiar

Palavras-chave: Violência doméstica. Saúde mental. Resiliência psicológica. Medicina do adolescente.
Perfil das doadoras de leite materno do banco de leite humano de uma maternidade federal da cidade de Salvador, Bahia

Ana Carla Lemos Machado1; Juliana Dias Almeida Santos1; Patricia Quadros dos Santos Trigueiros2

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):18-24
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OBJETIVO: identificar o perfil segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas e perinatais das doadoras de leite materno do banco de leite humano de uma maternidade federal, localizada na cidade de Salvador, Bahia.
MÉTODOS: trata-se de um estudo de corte transversal, realizado de janeiro de 2014 a maio de 2015, com participação de 34 doadoras externas de leite materno cadastradas no banco de leite humano de uma maternidade federal, através de fichas cadastrais, padronizadas pelo serviço e preenchidas pelos próprios funcionários do banco de leite. Os dados coletados foram analisados, tabulados e posteriormente foi feita a análise descritiva destes.
RESULTADOS: a faixa etária entre 20 e 34 anos foi a mais frequente; 64,7% possuíam ensino superior; eram predominantemente, casadas ou viviam com o companheiro; 44,1% tinham uma renda familiar mensal maior que cinco salários-mínimos. A maioria das mulheres era primípara, teve seus bebês a termo, de cesariana, com peso adequado ao nascer e realizaram suas consultas de pré-natal em instituições privadas. Quando questionadas sobre a fonte de informação a respeito do banco de leite, 35,3% alegaram ter sido familiares e amigos.
CONCLUSÕES: conhecer o perfil das doadoras permitirá direcionar as ações educativas e de promoção ao aleitamento materno, a fim de aumentar o número de doadoras e o volume de leite coletado.

Palavras-chave: Bancos de leite. Leite humano. Aleitamento materno.
Insuficiência de convergência ocular: um problema importante em crianças com transtorno do deficit de atenção e hiperatividade

Ana Carolina Gomes Martins1; Nélio Silva de Souza2; Adriana Rocha Brito3; Adauto Dutra M. Barbosa4

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):25-29
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OBJETIVOS: analisar a prevalência de insuficiência de convergência ocular (ICO) em pacientes com transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH) por meio da medida do ponto próximo de convergência (PPC), e estabelecer a prevalência de ICO nessas crianças e adolescentes.
MÉTODOS: estudo prospectivo, transversal, realizado entre junho e setembro de 2013 envolvendo escolares e adolescentes entre sete e 17 anos de idade com diagnóstico prévio de TDAH, nos quais foi realizada uma triagem de sintomas de ICO através de um questionário próprio já validado e medido o PPC.
RESULTADOS: 75 estudantes participaram do estudo, 62 (82,7%) meninos e 13 (17,3%) meninas, com a média de idade de 11 ± 2 anos. A média de PPC global foi de 17,19 cm. O PPC mostrou-se alterado em 67 (89,3%) da amostra analisada (PPC ≥ 5 cm).
CONCLUSÃO: foi observada uma alta prevalência de ICO na população com TDAH estudada, o que confirma a necessidade de se introduzir o exame de motricidade ocular em crianças diagnosticadas ou com suspeita de TDAH.

Palavras-chave: Transtorno do <i>deficit</i> de atençao com hiperatividade. Transtornos da motilidade ocular. Transtornos de aprendizagem.
Avaliação do teste espirométrico em pré-escolares na unidade hospitalar

Luanda Dias da Silva Salviano1; Izabela Rocha Sad2; Sandra Lisboa3

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):30-35
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INTRODUÇÃO: a espirometria é imprescindível na avaliação da função pulmonar em pacientes com sintomas respiratórios ou após intervenção terapêutica de diversas patologias. Em 2007 a American Thoracic Society/European Respiratory Society (ATS/ERS) recomendou guidelines para aceitabilidade e reprodutibilidade da espirometria em crianças pré-escolares.
OBJETIVO: determinar a viabilidade da realização da espirometria em crianças com idade pré-escolar na prática clínica.
MÉTODOS: foram coletados do setor de prova de função respiratória as medidas de FVC, FEV1, FEV0,5 e FEV0,75 de crianças com idade entre três a seis anos. Todas as curvas selecionadas seguiram as normas estabelecidas pela ATS/ERS. Visando aumentar a confiabilidade dos testes, foram obtidas pelo menos três curvas aceitáveis e duas reprodutíveis. O espirômetro utilizado foi o Jaeger MasterScope (v.4.65, CareFusionLtd), com calibração diária realizada antes dos exames. As variáveis categóricas foram comparadas com recurso ao teste de Qui-Quadrado. Para as variáveis contínuas utilizou-se o teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS: das 147 crianças inicialmente incluídas no estudo, 22 não produziram nenhuma ou somente uma curva aceitável, sendo então excluídas. A média de idade dos 125 sujeitos envolvidos foi de 4,81 (± 0,88) anos. Mais de 73,6% das crianças foram capazes de produzir a CVF e o FEV1 após treinamento prévio.
CONCLUSÃO: crianças em idade pré-escolar são capazes de realizar a espirometria com critérios diferenciados e análise de Z-score.

Palavras-chave: Espirometria. Criança. Pré-escolar. Testes respiratórios.
RELATOS DE CASO
Prolapso de uretra em pré-púbere: relato de caso

Nathane Santanna Felix1; Fernanda Pinto Mariz2; Ana Lúcia Ferreira3

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):36-40
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OBJETIVO: relatar e discutir um caso de sangramento vaginal por prolapso de uretra, no qual foi levantada a suspeita de abuso sexual.
DESCRIÇÃO DO CASO: criança de dois anos e 11 meses de idade apresentou início súbito de sangramento vaginal intenso após um período de tempo em que esteve brincando em área externa ao domicílio sem supervisão. Houve suspeita de abuso sexual pelos pais, afastada após exame ginecológico, que identificou prolapso de uretra. Foi realizada a ressecção da porção evertida da uretra, com resolução do quadro.
DISCUSSÃO: o abuso sexual deve ser sempre cogitado em pacientes com sangramentos urogenitais, entretanto este caso ilustra a importância de considerar outros diagnósticos diferenciais. A identificação do prolapso de uretra nesta paciente possibilitou não só a resolução do quadro, como também a tranquilização dos familiares quanto à suspeita de abuso.

Palavras-chave: Pré-escolar. Abuso sexual na infância. Doenças uretrais. Prolapso.
Diagnóstico tardio de Aids em crianças: revendo as oportunidades perdidas na profilaxia da transmissão materno-infantil e no diagnóstico precoce do HIV

Mayara Secco Torres da Silva1; Mariana Kappaun de Andrade2; Bill Carlos Manhaes Júnior1; Carolina Airao Destefani3; Filipe Antônio de Carvalho Freitas1; Nathalia Mazolli Veiga3; Giovana Figueira Rodrigues Vieira4; Juliènne Martins Araújo5; Danielle Plubins Bulkool6; Claudete Aparecida Araújo Cardoso7

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):41-45
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OBJETIVO: a transmissão materno-infantil do HIV (TMIHIV) é a principal via de transmissão do vírus em crianças, correspondendo à quase totalidade dos casos nessa faixa etária. A implementação de medidas eficazes para redução da TMIHIV ocasionou na redução da transmissão para menos de 1% dentre crianças expostas ao vírus. O diagnóstico precoce da infecção pelo HIV está relacionado à menor morbimortalidade da população afetada. O objetivo deste artigo é relatar um caso de diagnóstico tardio de Aids em uma criança e rever as oportunidades perdidas na profilaxia da TMIHIV e no diagnóstico precoce da infecção.
DESCRIÇÃO DO CASO: trata-se de paciente de oito anos, masculino. Mãe com pré-natal irregular e diagnóstico de infecção pelo HIV no momento do parto. Embora orientada no momento da alta, não procurou assistência médica especializada para a criança. O paciente evoluiu com parotidite, linfadenomegalia e um episódio de pneumonia. Após a primeira pneumonia foi encaminhado para investigação diagnóstica ambulatorial, contudo não compareceu para seguimento clínico. Somente durante a segunda internação por quadro pulmonar arrastado foi realizado o diagnóstico de HIV na criança. Na ocasião, a mãe e a criança tiveram o diagnóstico de tuberculose pulmonar, sendo iniciados durante a internação os tuberculostáticos e posteriormente a terapia antirretroviral combinada. A criança segue em controle clínico ambulatorial com boa adesão ao tratamento.
DISCUSSÃO: o presente caso reforça a necessidade de se pensar precocemente no diagnóstico de HIV em crianças, a fim de se evitar a progressão da doença e melhorar o prognóstico e a sobrevida nessa faixa etária.

Palavras-chave: HIV. Síndrome da imunodeficiência adquirida. Diagnóstico tardio.
Desnutrição energético-proteica grave no lactente causada por hipogalactia materna: relato de caso

Ana Carolina Bechara Abraao1; Maria Fernanda Marranghelo D'Amico2; Fatima Regina de Almeida Patiño3

Rev Ped SOPERJ. 2017;17(2):46-49
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OBJETIVO: descrever um caso de desnutrição energético-proteica grave no lactente causada por hipogalactia materna.
DESCRIÇÃO DO CASO: lactente encaminhada de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por perda de peso importante detectada em consulta de rotina, para investigação da causa da desnutrição. Foram realizados diversos exames, cujos resultados estavam dentro da normalidade, chegando-se à conclusão que a hipogalactia materna foi o agente causador. A criança ficou internada recebendo suplementação alimentar com fórmula láctea apresentando rápida recuperação do peso.
DISCUSSÃO: a desnutrição severa representa um grave problema de saúde pública. Cuidados de base comunitária apresentam um baixo custo de intervenção e podem ser uma estratégia mais condizente com a realidade dos países em desenvolvimento.

Palavras-chave: Transtornos da lactaçao. Desnutriçao proteica. Aleitamento materno.